por Álvaro Lobato de Faria, Coord. Director MAC LISBOA
Romeo Niram, pintor de reconhecido mérito, com personalidade fortemente expressiva, de uma espontaneidade à flor da pele, e de um virtuosismo incontestável, habituou-nos a ser, entre figurativo e abstracto, uma testemunha sensível da nossa época.
Entre harmonias e dissonâncias, surgem das suas telas o espírito moderno do questionamento formal, a quebra do espelho fácil da realidade, substituído pela emergência de um “mundo interior”, colorido e formas de alma que traduzem um olhar aguçado sobre a vida e a arte.
De ano para ano, Romeo Niram, mercê de uma entrega total à sua arte, a pintura, tem vindo a definir-se tanto pela necessária maturação da sua técnica, como pela feição caracterizadamente pessoal que consegue imprimir a todos os seus trabalhos.
Essa conquista, em qualidade de matéria, em sensibilidade plástica, foi-se tornando notada nas inúmeras exposições em que já participou, o que justifica o sucesso obtido, passando a ser uma excelente lembrança na memória de todos nós.
A sua trajectória artística, mostra-nos com clareza uma ligação fundamental com a pintura. Todo o seu trabalho é como uma caligrafia do espírito, transmissão directa de impulsos, de reflexões, de sentimentos que pouco a pouco se transformaram em matéria, em forma, em pensamento plástico.
As suas obras adquirem uma extraordinária dimensão, para a consciência emotiva, criando um mundo de expressão, movimento e visualidade, onde as linguagens se encontram num místico prazer.
Toda a sua obra confirma, expressivamente o seu talento e sobretudo a sua técnica, através de um estilo próprio, visão original dos seres, das coisas, concebendo com toda a sua sensibilidade e criatividade, formas que só por si falam e vivem.
O que Romeo Niram nos propõe através das suas pinturas, são ideias, pensamentos e conceitos plenos de paixão e energia, contundentes na sua construção e morfologia, uma forma de renovação da Arte através de uma obra responsável levada com directrizes dirigidas a deveres artísticos.
Observando os seus quadros, encontramo-nos perante enigmas, fascínios, universos simbólicos para serem apreciados pela meditação.
O entusiasmo e a verdade que Romeo Niram nos transmite, são o sinal com que eu mesmo me identifico e daí ter conhecido, um grande artista e companheiro nos campos da imaginação.
Álvaro Lobato de Faria
Director Cordenador do MAC
Movimento de Arte Contemporânea